Formação de uma verdadeira identidade nacional
1808 - chegada ao Brasil de D. João VI e da família Real;
1808/1821 - abertura dos portos às nações amigas; instalações de bibliotecas e escolas de nível superior; início da atividade editorial;
1822 - Proclamação da Independência. Daí nasce o desejo de uma literatura autenticamente brasileira
1824 – Conflitos que levaram à luta armada; inúmeras revoltas;
1831 - abdicação de D. Pedro I e início do Período de Regência, que vai até 1840 (maioridade de D. Pedro II); fundação da Companhia Dramática Nacional; início da Guerra do Paraguai até 1840.
Primeira geração na poesia - Indianista ou Nacionalista
ü Influência direta da Independência do Brasil (1825)
ü Nacionalismo, ufanismo (é a atitude ou posição tomada por determinados grupos que enaltecem o potencial brasileiro)
ü Exaltação à natureza e à pátria
ü O Índio como grande herói nacional
Principais poetas
Gonçalves de Guimarães (1811 a 1882)
Gonçalves Dias (1823 a 1864)
Gonçalves Dias
Gonçalves Dias foi um dos poucos poetas que soube dar um toque realmente brasileiro na sua poesia romântica, mesmo escrevendo sobre todos os temas mais caros ao Romantismo europeu, como o amor impossível, a religião, a tristeza e a melancolia. Suas paixões são reveladas muitas vezes num tom ingênuo e melancólico, mas muito menos tempestuosas e depressivas que as dos poetas da segunda geração romântica. A morte e a fuga do real não lhe são tão atraentes, principalmente quando esse real inclui as belezas naturais de sua terra tão amada. Suas musas parecem se fundir às belas imagens e fragrâncias da natureza, lembrando várias vezes a própria pátria, que é cantada com toda a sua exuberância e saudade, revigorada pelo seu sentimento nacionalista. A saudade, aliás, é a grande mola propulsora que leva o poeta a escrever em Coimbra o poema que é considerado por muitos a mais bela obra-prima de nossa literatura: A Canção do Exílio. Mais do que uma vigorosa exaltação nacionalista, alguns dos versos que Gonçalves Dias dedicou aos índios servem e muito para denunciar os três séculos de destruição que os colonizadores impuseram às suas culturas.
Primeiros Cantos (1846); Segundos Cantos (1848); Sextilhas de Frei Antão (1848); Últimos Cantos (1851); Os Timbiras -obra inacabada (1857); Cantos (1857).
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra
tem palmeiras,
Onde canta o
Sabiá;
As aves, que
aqui gorjeiam,
Não gorjeiam
como lá.
Nosso Céu
tem mais estrelas,
Nossas
várzeas têm mais flores,
Nossos
bosques têm mais vida,
Nossas vidas
mais amores.
Em cismar,
sozinho, à noite,
Mais prazer
encontro eu lá;
Minha terra
tem palmeiras,
Onde canta o
Sabiá.
Minha terra
tem primores,
Que tais não
encontro eu cá;
Em cismar –
sozinho, à noite –
Mais prazer
encontro eu lá;
Minha terra
tem palmeiras,
Onde canta o
Sabiá.
Não permita
Deus que eu morra
Sem que eu
volte para lá;
Sem que
desfrute os primores
Que não
encontro por cá;
Sem qu’inda
aviste as palmeiras,
Onde canta o
Sabiá.
I-JUCA PIRAMA
Temática:O índio adequado a um
forte sentimento de honra, simboliza a própria força natural do ameríndio, sua
alta cultura acerca de seu povo representado no modo como este acata o rígido
código de ética de seu povo.
Estrutura dos cantos: O poema
nos é apresentado em dez cantos, organizados em forma de composição épico –
dramática. Todos sempre pautam pela apresentação de um índio cujo caráter e
heroísmo são salientados a cada instante.
Canto 1 - Apresentação
e descrição da tribo dos Timbiras. Como está descrevendo o ambiente,
Canto 2 - Narra
a festa canibalística dos timbiras e a aflição do guerreiro tupi que será
sacrificado.
Canto 3 - Apresentação
do guerreiro tupi – I – Juca Pirama.
Canto 4 - I -
Juca Pirama aprisionado pelos Timbiras declama o seu canto de morte e pede ao
Timbiras que deixem-no ir para cuidar do pai alquebrado e cego.
Canto 5 - Ao
escutarem o canto de morte do guerreiro tupi, os timbiras entendem ser aquilo
um ato de covardia e desse modo desqualificam-no para para o sacrifício.
Canto 6 - O
filho volta ao pai que ao pressentir o cheiro de tinta dos timbiras que é
específica para o sacrifício desconfia do filho e ambos partem novamente para a
tribo dos timbiras para sanarem ato tão vergonhoso para o povo tupi.o
sacrifício. Dando a impressão do conflito que se estabelece e refletindo o
diálogo nervoso, entre o chefe Timbira e o índio Tupi.
Canto 7 - Sob
alegação de que os tupis são fracos, o chefe dos timbiras não permite a consumação
do ritual.
Canto 8 - O
pai envergonhado maldiz o suposto filho covarde.
Canto 9 - Enraivecido
o guerreiro tupi lança o seu grito de guerra e derrota a todos valentemente em
nome de sua honra.
Assista ao curta-metragem "I-Juca Pirama" de Elvis Kleber e Ítalo Cajueiro.
Gonçalves de Magalhães
Nenhum comentário:
Postar um comentário