sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

FUNÇÕES DA LITERATURA 1º ANO


A literatura é capaz de provocar reflexões e emoções no leitor. Ela desempenha quatro funções:

1) A função hedonística: proporciona prazer por meio da contemplação do belo. Para os gregos o belo, na arte, consistia na proximidade da obra de arte com a verdade ou a natureza.
2) A função catártica: busca provocar efeitos morais conflitantes.
3)A função comunicativa: busca uma comunicação entres os interlocutores de épocas diferentes. Por exemplo, o leitor de um texto literário ou contemplador de uma obra de arte, não só recebe a comunicação, mas também recria e atualiza a obra, de acordo com os aspectos artísticos e culturais do seu tempo
4) A função humanizadora: desenvolve um projeto transformador da sociedade.

Observe um pequeno texto (trecho de um sermão de um pastor luterano, alemão, da época do nazismo, Martin Niemoller, ao que parece de 1933) logo após um vídeo do poema  “No caminho com Mayakovsky” (de Eduardo Alves da Costa) e um pequeno poema de Brecht, em seguida indique quais as funções eles provocam em você!


“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.”





"Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
A fim de que nada passe por imutável."

Berthold Brecht



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O QUE É LITERATURA 1º ANO


“A literatura é o meio que o homem encontrou para comunicar-se consigo mesmo. Ao escrever, temos a oportunidade de refletirmos certos acontecimentos de forma não possível oralmente. Segundo Sartre, filósofo francês, "O homem que escreve tem a consciência de revelar as coisas, os acontecimentos; de constituir o meio através do qual os fatos se manifestam e adquirem significado. Mesmo sabendo que, como escritor, pode detectar a realidade, não pode produzi-la; sem a sua presença, a realidade continuará existindo. Ao escrever, o escritor transfere para a obra uma certa realidade, tornando-se essencial a ela, que não existiria sem seu ato criador. Ao escrever, o escritor, segundo Sartre, deve solicitar um pacto com o leitor, que ele colabore em transformar o mundo, a sua realidade. O legal é considerar que escrevendo o autor tenta fazer um "pacto" com o leitor, angariando um parceiro para transformar o mundo.”

Damiana Rosa Oliveira


A Literatura é um instrumento de comunicação, pois transmite os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. O texto literário nos permite identificar as marcas do momento em que foi escrito.
As obras literárias nos ajudam a compreender sobre nós mesmos e sobre as mudanças do comportamento do homem ao longo dos séculos; e, a partir dos exemplos, ajudam-nos a refletir sobre nós mesmos.

O texto literário apresenta:

-Ficcionalidade: os textos não fazem, necessariamente, parte da realidade.
- Função estética: o artista procura representar a realidade a partir da sua visão.
- Plurissignificação: nos textos literários as palavras assumem diferentes significados.
- Subjetividade: expressão pessoal de experiências, emoções e sentimentos.



As obras literárias são divididas em escolas literárias (observe o quadro acima), pois cada obra apresenta um estilo de época, ou seja, um conjunto de características formais e de seleção de conteúdo evidente na obra de escritores e poetas que viveram em um mesmo momento.

As escolas literárias são:

- Trovadorismo
- Classicismo
- Barroco
- Arcadismo
- Romantismo
- Realismo / Naturalismo
- Simbolismo
- Modernismo




Assista ao vídeo a seguir e observe a opinião de atores, professores, diretor de teatro e pessoas em geral sobre esta questão: o que é literatura?



Agora observe a definição de literatura do jornalista e crítico literário Manoel da Costa Pinto que cita o escritor mexicano Carlos Fuentes. De acordo com Fuentes, “literatura é conhecimento pela imaginação”. Comente a opinião do romancista mexicano.

Redação 1º e 2º anos


Saiba mais sobre o diretor Alexandre Bersot => http://www.alexandrebersot.com.br/filmes.htm


Evolução e História => http://historiaemresumo.blogspot.com/2010/07/vejamos-um-clipe-que-retrava-evolucao.html


Saiba mais sobre o diretor Maurício Bartok => http://mauriciobartok.blogspot.com/


1º Lugar em Curta-Metragem no Festival de Berlim 2008 - vídeo (Nick Hilligoss, 2007)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

RELATÓRIO 2º ANO


RELATÓRIO

Um relatório é um texto que descreve ou narra um conjunto de informações. É utilizado para reportar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade, experimento, projeto, ação, pesquisa ou outro evento, esteja finalizado ou ainda em andamento. Normalmente utiliza-se formatação padronizada, o que, no entanto pode ser flexibilizado caso o âmbito do mesmo seja interno ao setor executante ou grupo a que este último pertence.


Características linguísticas

ü  Utilização da linguagem padrão formal;
ü  Uso de verbos que chamam a atenção para determinados aspectos (constatar, observar, confirmar. Lembrar, sublinhar;
ü  Emprego da 1ª ou 3ª pessoa e do sujeito impessoal (deve-se, observa-se, conclue-se);
ü  Construções de parágrafos breves;
ü  Deve apresenta clareza, exatidão, concisão, pertinência, objetividade, estilo direto e simples;
ü  Todo e qualquer relatório deve ser pormenorizado destacando todos os aspectos importantes, para uma mais fácil absorção da ideia geral do relatório.

Estrutura do relatório

ü  Pagina de rosto – título, destinatário, data, local, relator;
ü  Introdução – apresentação dos objetivos do relatório;
ü  Corpo – desenvolvimento do assunto;
ü  Conclusão – exposição das conclusões, balanços, apresentação de propostas e eventuais recomendações;

 Tipos de relatório

ü  Crítico – descreve e opina sobre a maneira como uma atividade foi desenvolvida, a fim de dar a conhecer.
ü  Síntese – menos elaborado, referente a anteriores relatórios.
ü  Formação – mais ou menos pormenorizado, apresentando atividades desenvolvidas durante um curso e/ou estágio.

ü  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

FONÉTICA 1º ANO




A Fonética, ou Fonologia, estuda os sons emitidos pelo ser humano, para efetivar a comunicação. Diferentemente da escrita, que conta com vogais e consoantes, a Fonética se ocupa dos fonemas (= sons); são eles as vogais, as consoantes e as semivogais. 

TONICIDADE
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. Por exemplo, em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, pá.


 ENCONTROS VOCÁLICOS
À seqüência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de encontro vocálico. Por exemplo, cooperativa.
TRÊS SÃO OS ENCONTROS VOCÁLICOS:
DITONGO
É a reunião de uma vogal junto a uma semivogal, ou a reunião de uma semivogal junto a uma vogal em uma só sílaba. Por exemplo, rei-na-do.
OS DITONGOS CLASSIFICAM-SE EM:
CRESCENTES = a semivogal antecede a vogal. EX: quadro.
DECRESCENTES = a vogal antecede a semivogal. EX: rei



TRITONGO
É o encontro, na mesma sílaba, de uma vogal tônica ladeada de duas semivogais. Ex: sa-guão; U-ru-guai.
Pelos exemplos dados, conclui-se que os tritongos podem ser nasais ou orais.
HIATO
É o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em duas diferentes emissões de voz. Por exemplo, mi-ú-do, bo-a-to, hi-a-to.

O agrupamento de duas ou mais consoantes numa mesma palavra denomina-se encontro consonantal. Por exemplo: crô-ni-ca, pra-ta, sel-va.

DÍGRAFOS
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia composta para um som simples.



Dígrafo separável
Exemplo
Dígrafo inseparável
Exemplo
SS
RR
SC
XC
a-mas-sa-do
cor-rei-o
pis-ci-na
cres-ça
ex-ce-ção
LH
NH
CH
QU
GU
fo-lha
ni-nho
en-chen-te
quei-jo
guer-ra

Romantismo – contexto histórico brasileiro 2º ano

Formação de uma verdadeira identidade nacional

1808 - chegada ao Brasil de D. João VI e da família Real;
1808/1821 - abertura dos portos às nações amigas; instalações de bibliotecas e escolas de nível superior; início da atividade editorial;
1822 - Proclamação da Independência. Daí nasce o desejo de uma literatura autenticamente brasileira
1824 – Conflitos que levaram à luta armada; inúmeras revoltas;
1831 - abdicação de D. Pedro I e início do Período de Regência, que vai até 1840 (maioridade de D. Pedro II); fundação da Companhia Dramática Nacional; início da Guerra do Paraguai até 1840.

Primeira geração na poesia - Indianista ou Nacionalista

ü  Influência direta da Independência do Brasil (1825)
ü  Nacionalismoufanismo (é a atitude ou posição tomada por determinados grupos que enaltecem o potencial brasileiro)
ü  Exaltação à natureza e à pátria
ü  Índio como grande herói nacional

Principais poetas

Gonçalves de Guimarães (1811 a 1882)
Gonçalves Dias (1823 a 1864)

Gonçalves Dias

Gonçalves Dias foi um dos poucos poetas que soube dar um toque realmente brasileiro na sua poesia romântica, mesmo escrevendo sobre todos os temas mais caros ao Romantismo europeu, como o amor impossível, a religião, a tristeza e a melancolia. Suas paixões são reveladas muitas vezes num tom ingênuo e melancólico, mas muito menos tempestuosas e depressivas que as dos poetas da segunda geração romântica. A morte e a fuga do real não lhe são tão atraentes, principalmente quando esse real inclui as belezas naturais de sua terra tão amada. Suas musas parecem se fundir às belas imagens e fragrâncias da natureza, lembrando várias vezes a própria pátria, que é cantada com toda a sua exuberância e saudade, revigorada pelo seu sentimento nacionalista. A saudade, aliás, é a grande mola propulsora que leva o poeta a escrever em Coimbra o poema que é considerado por muitos a mais bela obra-prima de nossa literatura: A Canção do Exílio. Mais do que uma vigorosa exaltação nacionalista, alguns dos versos que Gonçalves Dias dedicou aos índios servem e muito para denunciar os três séculos de destruição que os colonizadores impuseram às suas culturas.

Primeiros Cantos (1846); Segundos Cantos (1848); Sextilhas de Frei Antão (1848); Últimos Cantos (1851); Os Timbiras -obra inacabada (1857); Cantos (1857).

Canção do Exílio

Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossas vidas mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


I-JUCA PIRAMA


Temática:O índio adequado a um forte sentimento de honra, simboliza a própria força natural do ameríndio, sua alta cultura acerca de seu povo representado no modo como este acata o rígido código de ética de seu povo.

Estrutura dos cantos: O poema nos é apresentado em dez cantos, organizados em forma de composição épico – dramática. Todos sempre pautam pela apresentação de um índio cujo caráter e heroísmo são salientados a cada instante.

Canto 1 - Apresentação e descrição da tribo dos Timbiras. Como está descrevendo o ambiente, 

Canto 2 - Narra a festa canibalística dos timbiras e a aflição do guerreiro tupi que será sacrificado. 

Canto 3 - Apresentação do guerreiro tupi – I – Juca Pirama. 

Canto 4 - I - Juca Pirama aprisionado pelos Timbiras declama o seu canto de morte e pede ao Timbiras que deixem-no ir para cuidar do pai alquebrado e cego.

Canto 5 - Ao escutarem o canto de morte do guerreiro tupi, os timbiras entendem ser aquilo um ato de covardia e desse modo desqualificam-no para para o sacrifício. 

Canto 6 - O filho volta ao pai que ao pressentir o cheiro de tinta dos timbiras que é específica para o sacrifício desconfia do filho e ambos partem novamente para a tribo dos timbiras para sanarem ato tão vergonhoso para o povo tupi.o sacrifício. Dando a impressão do conflito que se estabelece e refletindo o diálogo nervoso, entre o chefe Timbira e o índio Tupi.

Canto 7 - Sob alegação de que os tupis são fracos, o chefe dos timbiras não permite a consumação do ritual.

Canto 8 - O pai envergonhado maldiz o suposto filho covarde.

Canto 9 - Enraivecido o guerreiro tupi lança o seu grito de guerra e derrota a todos valentemente em nome de sua honra.

Assista ao curta-metragem "I-Juca Pirama" de Elvis Kleber e Ítalo Cajueiro.


Gonçalves de Magalhães

Sua importância está no fato de ter sido o introdutor do Romantismo no Brasil, não obstante suas obras serem consideradas fracas pela crítica literária. Embora fosse voltado para a poesia religiosa, como fica claro em Suspiros poéticos e saudades (livro que marcou o início do romantismo no Brasil), também cultivou a poesia indianista de caráter nacionalista, como no poema épico A Confederação dos Tamoios (esta obra lhe valeu agitada polêmica com José de Alencar, relativa à visão de cada autor sobre o índio), ambas bastante fantasiosas